quarta-feira, julho 20, 2005

Questão pertinente!

-> Temos de fazer tudo aquilo que o Papa nos diz??

25 comentários:

Pipos disse...

depois de algumas respostas, já digo onde pretendo chegar!

Tiago disse...

Tás a falar de Papa a falar enquanto papa, ou na condição de cardeal? Não me digas que queres voltar a falar do assunto HP...

Pipos disse...

Tou a falar na condição de Papa...a pergunta é perceptivel...

Não tem nd com HP, ou codigos...respondam a pergunta q vos fiz e dps direi a minha duvida!

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Eu tenho ideia de já ter lido um assunto sobre a questão da infabilidade do Papa e, não sei porquê, acho que era do Filipe, mas posso estar enganado.

A questão é, em matéria de doutrina e de interpretação da sagrada escritura, claramente - a infabilidade do Papa é dogma de fé e diz respeito a isso mesmo. Crê-se que o Papa é inspirado pelo Espírito Santo e portanto o que diz ou escreve nesse sentido é para ser seguido.

No entanto, nem tudo o que o Papa diz ou escreve prende-se com interpretação da sagrada escritura nem está sujeito ao dogma da sua infabilidade.

Posso estar a ser limitativo sobre a questão deste dogma de fé. Vou procurar mais sobre o assunto e esperar outras intervenções.

Mas a resposta à pergunta tal como é feita é: Não. Deves mas não tens. Depende da matéria versada.

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Ohhhhh!!! Calma aí Zé!!!

Estamos a falar do ponto de vista Católico, certo? Se assim é, a obediência ao Papa em matéria de dogma de fé é obviamente obrigatória. Ou então não se é católico.

Anónimo disse...

A infalibilidade do Papa diz respeito, como disse o Aguiar a matéria de fé, moral e interpretação da Sagrada Escritura. No entanto, mesmo em relação a esses assuntos, há certas condições que têm que ser preenchidas. A opinião, ou recomendação tem que ser feita ex-cathedra, e em união com o colégio episcopal. Não sei os detalhes todos, pode haver discordância de alguns bispos, mas estes devem pelo menos ser ouvidos e consultados.
Portanto se amanhã o Papa se levantar da cama e disser "hoje vai chover" não temos todos que ir chover, nem vai necessariamente chover. Se o Papa diz "Aqueles gajos que andam devagar na faixa da direita estão a agir imoralmente!" não passa a ser dogma da Igreja.
Agora, se o Papa, depois de consultar os Bispos (todos!) pronunciar ex-cathedra que a galinha veio antes do ovo, então sim, temos que acreditar.
Agora, isso não é bem "fazer o que ele manda" é mais, "acreditar no que ele diz"

Só um aparte. Alguns têm falado aqui nos Cardeais... em termos de hierarquia os cardeais não existem, não se trata de uma ordem. O topo da pirâmide são os bispos (descontando distinções como arcebispo e patriarca etc.) Os cardeais são a forma que a Igreja encontrou para poder envolver hierarcas de outros países e dioceses na eleição do Bispo de Roma, mais nada. São bons e importantes e é uma grande honra, sim, mas não são mais que os Bispos em termos sacramentais, o Patriarca de Lisboa não vale mais que o Bispo de Setubal por ser Cardeal, não tem nada a ver.
Vá, Pipos, desembucha.

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Aliás, Filipe, o Cardeal é um título atribuído pela Igreja, que não obriga necessarimente à ordem sacerdotal, muito menos episcopal. Hoje em dia todos os cardeais são de facto, no mínimo, sacerdotes senão mesmo todos bispos, no entanto, em tempos idos não era assim. Podia ser-ne nomeado cardeal sem se ser sacerdote.

Pipos disse...

A minha questão está mais ou menos esclarecida, é que depois destas discussões todas e de muito que ouvi, fiquei c duvidas...

Se o Papa dissesse que amanha n podiamos ir a praia porque seria anti-catolico por uma razão qq, nós n poderiamos ir??
Se o Papa dissesse que ir ao futebol faz-nos ter atitudes anti-catolicas pq dizemos mal do outro clube e é um desporto violento, devemos deixar de ir?
Se o Papa disser para não lermos "a mais alta solidão" de joão garcia, porque vai contra a igreja pq ele n foi a missa durante a escalada da montanha e nós n podemos fazer o mesmo.

A minha questão foi respondida aqui:

A infalibilidade do Papa diz respeito, como disse o Aguiar a matéria de fé, moral e interpretação da Sagrada Escritura.

Pipos disse...

e já agora, obrigado pelo esclarecimento dos cardeais...mas também escusamos de os matar prai! eheh

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Ainda bem que estás esclarecido.

Matar cardeais? So se o LFV se intitula de cardeal, já que chamam àquela coisa mal acabada, de betão à vista e arames por forrar de catedral... LOL

Anónimo disse...

Atenção...
Também não podes cair no erro de pensar que não devemos obediência em certas coisas aos actos e não só às ideias.
Se o Papa dissesse que ir ao futebol era um pecado grave, então, por uma questão de obediência deviamos deixar de ir.
Mas para isso não é preciso chegar ao Papa. Basta o teu padre ou o teu Bispo dizê-lo, e devias deixar de ir. Podes protestar, tentar mostrar que há engano etc. mas em primeiro lugar deves obedecer. Aí é que se vê, muitas vezes, quem leva estas coisas a sério e quem não leva.
A questão do preservativo é paradigmática. A igreja diz-nos que não os devemos usar como método contraceptivo (que eu saiba, ninguém se pronunciou sobre a sua utilização mais prática: balão de água extremamente resistente, ou então para encher com ar, nos concertos e mandar de um lado para o outro) e nós devemos obedecer a essa indicação, e não simplesmente dizer "pois, claro, numa situação ideal e tal, mas no meu caso específico é diferente..."
Espero bem que nenhum papa me peça para deixar de ir à bola, mas se pedirem cumpro. Queixo-me e grito e faço barulho, mas em primeiro lugar obedeço.

Pipos disse...

Filipe, então obdecemos e fazemos aquilo que o Papa nos disser...é a conclusão.

Claro que poderiamos por exemplos estupidos, mas tudo o que o Papa nos diz, tem um fundamento, e temos de pensar que não nos vai dizer para fazermos só porque sim ou para nos chatear...mas sim porque aquilo nos leva a algum lado.

Pipos disse...

Zé, tanto o comer cerelac, como ir à bola para mim são coisas extremamente importantes e ainda bem que o Papa não proíbe...(filipe, n fales do nestum, p eu n falar na papa de bolacha maria...)

Mas, se pensares bem, a proibição de ir a um jogo, ler um livro, ver um filme... pode não ser assim tão estupida...

Pipos disse...

Quem apagou ali um comentario?

mvs disse...

Só um facto curioso a propósito de bispos e cardeais. O Papa não é importante por ser Papa ou ter sido cardeal; o "cargo" mais importante dele em termos canónicos é ser bispo de Roma. Ou seja, o bispo de Roma é mais importante q todos os cardeais.
Quanto à vossa discussão, subscrevo o q disseram. E acho que o Papa tb só se costuma pronunciar sobre assuntos q digam respeito à fé. Não acho que ele agora fosse dizer q não podiamos fazer x ou y só pq sim. Os pensamentos de Deus não são iguais aos dos homens. Sendo o Papa inspirado, penso q não se deve pronunciar sobre coisas sem sentido. E porque Deus nos deu liberdade total, nós não somos obrigados a nada. Só que Ele sabe o que é melhor para nós e às vezes é melhor ir por aí. O Papa é o representante de Cristo na terra e vai dando pistas para o caminho.

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Foi o Zé, para reescrevê-lo corrigido.

João Magriço disse...

E agora para lançar a confusão. E se o Papa nos dissesse para fazermos algo que nós entendíamos como errado. Eu sei que é um assunto polémico, do passado e já perdoado, mas ajuda sempre relembrar para não voltar a repetir os mesmos erros.
A Inquisição não tenho a certeza se era aprovada integralmente pelo Papa ou não, mas vendo de agora para lá, é uma coisa errada mas que o Papa dizia para cumprirmos.
Isto tem tudo a ver com o 4º mandamento (Honrar Pai e mãe e legítimos superiores), que qd o aprendi tinha uma resalva. Não deveríamos obedecer se soubéssemos que aquilo estava completamente errado, mas também não quer dizer que não nos devêssemos informar sobre o porquê da questão.

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Alto! A Santa Inquisição foi de uma enorme utilidade!!! Que eu saiba, o Papa só pediu desculpa pelos seus erros, não disse que a própria da sua existência e actuação tenha sido um erro.

Anónimo disse...

A inquisição, como nós a vemos hoje, nunca existiu! Não confundir aquilo que foi a inquisição com o mito que se criou à volta da inquisição.
Para terem uma ideia, o Tribunal do Santo Ofício surgiu como resposta directa ao caos judicial que se vivia entre as populações, nomeadamente para impedir a terrível prática dos linchamentos sem julgamento que as populações levavam a cabo sobre qualquer pessoa que levantasse suspeitas de ser bruxa, herege, etc.
Se mais tarde a inquisição foi abusada, isso é outra coisa. É interessante notar que na maioria dos casos esses abusos surgem quando o poder temporal procura instrumentalizar as coisas da Igreja para fins políticos.
Portanto mesmo que o Papa tenha dado o seu aval à Inquisição (e provavelmente muitos deram) isso não é mau, muito menos significa que o tenham feito com a intenção de que o tribunal depois fosse usado de forma abusiva e injusta.

Agora para responder ao Pipos: a resposta à pergunta : "temos que fazer tudo aquilo que o Papa nos diz?" é não. Se o Papa nos diz "Não gosto do Harry Potter e acho que não se devia ler" nós não temos que obedecer. Mas, se ele diz "Ler o Harry Potter é moralmente grave, e por isso eu vos peço/sugiro/ordeno/aconselho a não ler" então, na minha opinião devemos obedecer. Penso que terei deixado clara a diferença.

Agora, isto não exclui completamente a hipótese do Magriço... imaginem que amanhã o Papa decide que o Anti-Cristo está para nascer e nos manda matar todos os bebés que nasçam durante o ano que vem... Obedecemos? Tirando o ridículo da situação, eu diria que temos mecanismos de defesa na própria igreja. Se ele o fizesse, então provavelmente estaria louco e por essa razão incapaz de exercer o seu magistério. Nunca se esqueçam que a Igreja é, hierarquicamente, piramidal, antes de chegar a Papa temos que passar por uns quantos pisos. Se o Papa mandasse tal coisa, deviamos aguardar ordens do nosso bispo, esperando que ele visse a luz da razão. Se o Bispo concordasse, aguardávamos ordens do nosso Pároco, se ele também concordasse tinhamos que nos questionar seriamente se só nós é que tinhamos razão...
Felizmente duvido que, com a quantidade de defesas naturais que a Igreja possui, uma situação dessas se viesse a colocar, nem julgo que se consiga encontrar um caso antigo.

João Magriço disse...

Cuidado Filipe, porque quem ler isso pode pensar quem a quem temos que obedecer é ao nosso pároco e não ao que o Papa diz. Por exemplo o caso do Canadá dado pelo JP, o Papa proibiu as absolvições gerais, mas os bispos e os párocos ainda as dão.
As defesas da Igreja também funcionam contra ela, porque em zonas em que a informação do Papa só chega através do pároco, ela pode estar viciada. Mas aqui a resposta é a mesma em relação a dever a obedecer ao Papa ou ao pároco.

Anónimo disse...

Evidentemente, tens razão. É um pau de dois bicos, mas enfim.
O que é triste é ver o que se passou com o Padre Vitor Feitor Pinto, por exemplo. Alguém levou a mal o que ele disse e toca de fazer queixinhas anónimas ao vaticano. Que eu saiba ainda temos cá uma hierarquia. As queixas, se não as queremos fazer como homenzinhos, na cara das pessoas, fazem-se ao Bispo.
Mas isto liga a outro assunto, também:
Somos Ovelhas no sentido em que temos todos o mesmo pastor, mas não somos atrasadinhos mentais.
Um católico bem intencionado e bem esclarecido pode pensar por si. Não temos que estar sempre à procura daquilo que nos dizem para fazer, a esperar morreu um ateu.
Há alturas em que podemos agir em nome da Igreja, temos autoridade para isso, podemos, por exemplo, baptizar em nome da Igreja, em casos extremos, como sabem.
Devemos obediência aos nossos superiores mas nunca devemos considerar-nos a nós próprios como criancinhas que só se podem mexer com autorização dos bispos e do papa se não podemos fazer porcaria.
Expliquei-me bem? Não? É das horas e do facto de não estar na praia como gostava.

Pipos disse...

Explicaste-te bem...Mas essa é uma questão que acho q todos sabemos, que agimos em nome da igreja...é tipo nas equipas, tu és o nosso Papa, e tudo o q dizes para as ejns deve-se aplicar nos devidos paises, m tb todos somos equipistas e devemos agir como tal.e tu n tens q saber todas as decisões...era isto q querias dizer, n era?

Qual foi a historia do Feito Pinto que n me lembro?

Anónimo disse...

Mais ou menos...
A cena do Pe. Vitor eu depois conto-te pessoalmente até porque não conheço os detalhes todos.

Pipos disse...

Já vi na Visão, mais ou menos o q se passou c o Pe. Vitor FP...da questão do preservativo...n sei se era disto q referias.

inésia disse...

o prior de cascais disse uma vez: "O Papa é o vigário de Cristo, isto é, 'faz as vezes' de Cristo; logo, desobedecer ao Papa é desobedecer a Deus"