quarta-feira, julho 11, 2007

Missas no Rito antigo


Regresso do Rito de São Pio V quer promover a reconciliação. Papa afasta receios sobre esta decisão.

Bento XVI publicou este Sábado o "Motu Proprio" sobre a liturgia romana anterior à reforma de 1970. O documento "Summorum Pontificum" (Dos maiores Pontífices) aprova a utilização universal do Missal promulgado pelo Beato João XXIII em 1962, com o Rito de São Pio V, utilizado na Igreja durante séculos.
O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até à reforma litúrgica de 1970 (com algumas modificações, a últimas das quais datada de 23 de Junho de 1962) foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" (Novo Ordinário) aprovada como resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.
Com o novo documento, Bento XVI estende a toda a Igreja de Rito Latino a possibilidade de celebrar a Missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados antes do Concílio.
A publicação do Motu Proprio (documento le­gislativo da iniciativa do Papa) é acompanhado por uma "carta explicativa do Santo Padre".
Esta aprovação universal significa que a Missa do antigo Rito poderá ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que assim o desejarem, sem necessidade de autorização hierárquica (licença ou indulto) de um Bispo.
Os livros litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio continuarão, contudo, a constituir a forma ordinária e habitual do Rito Romano.
O Rito resultante da reforma litúrgica conciliar instituía uma nova forma de celebrar a missa que revogava, não o uso do Latim, mas o uso do anterior Rito de S. Pio V. O "Novus Ordo" (aprovada por Paulo VI) tem também uma versão em Latim.


Ver mais aqui.


Que me dizem os amigos sobre isto?

10 comentários:

João Silveira disse...

Parece-me que faz todo o sentido. Não se vai voltar ao rito tridentino, mas sim dar a hipótese de fazer essa celebração, sem ter de pedir autorização a superiores hierárquicos.

Gosto de rezar em latim, e tenho alguma curiosidade em participar numa celebração no rito usado durante séculos na Igreja. Toda uma riqueza história

Pipos disse...

faz todos o sentido poder-se rezar assim sem pedir autorização, nem sendo uma obrigação...

Tb tenho curiosidade em participar numa celebração assim.

no fundo, tou igual ao silvas, mas nao rezo em latim!

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes disse...

Aleluia!!!!...


Já devia ter acontecido.


Enriquece...não empobrece...

Anónimo disse...

A principal preocupação dos bispos aqui é com os ultra-tradicionalistas. Há essencialmente três tipos de pessoas que se interessam pelo rito tridentino. Primeiro temos pessoas como eu, o Pipos e o Silveira, que se interessam porque é uma parte da rica diversidade católica, uma forma diferente e legítima de celebrar missa, que nos liga ao passado, e que temos curiosidade em descobrir. Eu interesso-me pelo rito tridentino como me interesso pelo rito bracarense, moçarabe, ou melquita. Mas não vou deixar de ir a missas do novo rito agora que, eventualmente, haverá missas tridentinas à disposição.
Depois há algumas pessoas que são mais tradicionalistas, que preferem mesmo o rito tridentino porque não se identificam com a missa moderna. De resto são totalmente fiéis à hierarquia, mas sinceramente e por razões que apenas a eles interessam, sentem-se mais confortáveis com esse rito.
Finalmente, e aqui é que está o problema, existem pessoas que a par de só aceitarem o rito tridentino, não aceitam a legitimidade ou a validade do novo rito, e contestam ainda outras "modernices" da igreja moderna como o diálogo ecuménico e a liberdade religiosa.
Alguns bispos temem que, fazendo concessões a essas pessoas, se dê a ideia de que é legítimo pensar assim, e agir em conformidade, apesar de tudo o que o concílio vaticano II decretou em contrário. Eu percebo e concordo com essa preocupação.
Contudo, parece-me mais importante que os católicos sinceros, como nós e os que aceitam o que a igreja determinou no vaticano II tenham a liberdade de participar nas eucaristias válidas e legítimas, como bem entendem. Se se sentem melhor com o rito tridentino, este não deve ser proibido, o justo, neste caso, não pode ter que pagar pelo pecador.
Os que, pelas suas crenças, estão afastados da Igreja como ela é hoje, acabarão por definhar, tal como Jesus nos disse nos evangelhos.

Só por curiosidade, já participei em três celebrações tridentinas, incluindo um casamento. É de facto um rito muito bonito e existe um ambiente muito propício à oração, até pela teatralidade (sem mau sentido) dos gestos e das rúbricas. É uma experiência que aconselho, mas encontro a mesma beleza numa missa "moderna" celebrada como deve ser, tal como o rito tridentino também pode ser mal celebrado.
Agora, o rito bracarense! Isso sim. Granda pedra!

Jo disse...

Confesso que também tenho alguma curiosidade! Como diz o filipe, acredito que se possa sentir um clima mto pripício à oração... Só tenho pena que pareça que não estamos todos aqui para o mesmo...normalmente quem sobressai na defesa do rito tridentino são os terceiros que o Filipe decreveu, e isso cria um clima de agressividade totalmente indesejável entre fieis! A minha pergunta é se não se deveria evitar esse clima, e se será necessário a Igreja reavivar estas questões quando penso que outras serão tão ou mais importantes...
Enfim! Tudo isto para perguntar, Filipe, em que consiste o rito bracarense e qual a sua grande diferença? (Admite, estavas ansioso para puderes descreve-lo...! ;)

Anónimo disse...

Ah ha ha... de facto, estava mesmo a pedi-las.
O Rito Bracarense é particular da arquidiocese de Braga e ainda se pode usar lá, embora não se faça, o que é pena.
É uma variação do rito romano, antiquíssimo, mas existe uma tradução para Português, aprovada pela Conf. Episcopal de Braga nos anos 60.
As diferenças são bastantes para quem está habituado à missa actual. Para terem uma ideia, quando o Pe. entra ajoelha-se diante do altar e reza uma Avé Maria, só depois é que começa a missa propriamente dita. A missa está pensada para ser celebrada com um diácono assistente e a meio reza-se "Pelas Forças Armadas Portugueses, do ar, da terra e do mar" ou qualquer coisa do género... muito bom.
Tenho o missal em casa com a missa completa e existe on-line em Latim.
Julgo, mas não tenho a certeza, que na sé de Braga ainda usam este rito durante o triduo pascal.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria João disse...

Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.

Participa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.

bjs em Cristo
Maria João
Fé e Missão (Missionários Combonianos)

sedente disse...

É bom haver espaço para todos na Igreja. Também é bom não esquecer todo um passado litúrgico, rico em tradição e sinais, e estar ao mesmo tempo aberto ao presente e ao futuro...o que não acontece propriamente dito com os "tradicionalistas", que recusam muito da herança do Concílio Vaticano II, e tornam-se "fundamentalistas", "integristas"...pouco evangélicos.
Gosto muito do Latim e do canto gregoriano. Nunca participei a uma eucaristia do Rito de Pio V, mas tenho recordações estudantis, de missas semanais mais intimistas e calmas, com o "Sanctus" e o "Agnus Dei" a serem entoados por meio dúzia de cristãos reunidos em igrejas imensas...era muito belo e pacificador.
O que beneficia a todos, não é a lingua ou o decorrer do rito em si, mas a disposição de coração que o celebrante e a assembléia têm ao fazer memória da morte e ressurreição do Senhor.
abrç+

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Não percebo como um rito antiquíssimo contempla uma intenção pelas forças armadas do ar... Ícaro era pagão, tanto quanto sei.