Eu consigo imaginar um Bispo a participar no lançamento de um livro, escrito por um homem que, pessoalmente é a favor do aborto.
Imaginemos que um Bispo é convidado para fazer a apresentação de uma obra sobre a história da Igreja, escrita por um homem que, na sua vida privada, defende coisas que são contrárias à doutrina da Igreja. Eu consigo imaginar isso. Não me choca.
O que me custa mais é imaginar um bispo a promover e a ajudar a divulgar um livro que critica as posições da Igreja sobre bio-ética, escrito por alguém que aproveita os 40 anos da publicação do Humanae Vitae para colocar os ensinamentos da igreja nesse campo em causa e que, durante o mais recente referendo sobre o aborto tomou posição pública, clara e militante a favor do aborto.
Não imagino e nunca imaginei. Gostaria que fosse apenas a minha imaginação, mas é real.
Lembram-se daquele episódio nos actos dos apóstolos em que S. Pedro participa no lançamento do pergaminho de Caiafás chamado: “A razão pela qual os cristãos devem ser todos mortos”? Eu também não.
Ouviram as histórias dos primeiros cristãos em Roma que, mesmo antes de serem lançados às feras, aplaudiam o direito ao imperador expressar a sua opinião de que os cristãos deviam ser todos mortos? Eu também não.
Lembram-se daquele célebre episódio em que o Papa Pio XII discursou no lançamento do "Mein Kampf", de Hitler? Pois, eu também não.
E aquela do Bispo católico que apoiou e ajudou a promover o livro a criticar as orientações católicas sobre ética médica e a defender, entre outras coisas, que crianças não nascidas sejam mortas no ventre das suas mães? Ah… essa lembro-me. Foi em Portugal.
Sr. D. Januário Torgal Ferreira, deixe-me dizer-lhe uma coisa. Não foi com atitudes como esta que S. Pedro converteu 5000 homens numa só manhã. Não foi certamente assim que os primeiros apóstolos viveram o Evangelho e DERAM A VIDA POR ELE.
O Sr. D. Januário é representante directo desses apóstolos. Pede-se-lhe coragem, clareza de espírito e humildade para guiar os fiéis, corrigir os seus erros (e não promovê-los) e defender a verdade. Repito, vossa eminência é descendente dos primeiros seguidores de Cristo. Agora, lembro-lhe que havia 12. 11 foram fiéis, outro nem tanto. Resta saber de quais é herdeiro.
(Editado, sem sarcasmos nem cinismo, por sugestão de ZMD nos comentários. Mudei também "evangelium vitae" para "humane vitae", um erro evidente.)
sexta-feira, outubro 31, 2008
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8 comentários:
tou chocado. mas onde viste esse apoio? vou procurar agora coisas na net sobre isso..
gosto mto do ult.paragrafo!
esta atitude nao deveria dar em suspensao da sua actividade pelo seu superior? eu sou a favor que sim. será que é o que vai acontecer? a missão assim não está a fazer sentido e não está a ser cumprida...
Procurando ... não encontrei ainda essa história, mas encontro outros comentários, sem ser na "mesma" voz da Igreja. (Lei do divórcio, por ex..)
e em 2004:
http://casadesarto.blogspot.com/2004/09/d-janurio-torgal-ferreira-e-o-barco-do.html
e não vou bater mais no ceguinho!
Soube disto através de um e-mail do Pe. Nuno Serras Pereira.
Que o Pe. Nuno é louco todos sabem, mesmo ele. Mas nunca tive razões para pensar que é mentiroso, por isso confio na informação que ele transmitiu.
O pior é que a atitude não surpreende. Isso é que é mesmo triste.
Um bispo ou um padre podem fazer muito mais mal à Igreja, e por consequência ofender Nosso Senhor, do que milhares de ateus a tentarem fazê-lo.
Filipe, não sei se mandaste estar carta ao senhor bispo em questão ou não, mas acho que devias. Nunca se sabe quando algo tão pequeno pode ser um embate com a realidade, e o suficiente para por a mão na consciência, e mudar (para melhor!).
Peço desculpa, mas queria acrescentar que a Graça do Sacramento é obejctiva. Um bispo n se trata por você, quer se goste ou não do senhor.
Se está a escrever para o senho bispo deve usa "vossa excelência" ou no mínimo "senhor bispo" ou "senhor dom Januário".
zmd, neste caso falamos num blog de amigos e suponho que este texto apesar de direccionado para o Bispo, n seja para leitura do próprio, apesar da fama que o blog atingiu.. senão certamente a forma e o texto seriam outros.
Mesmo assim. Quem escreve um post pretencioso sobre um bispo tem pelo menos a obrigação de o tratar do modo correcto.
Este post é, por muito que este blog seja para "consumo interno", uma vergonha.
Há meios de protestar contra as coisa que um bispo diz e as quais nós achamo que vão contra a doutrina: escrever ao presidente da Conferência Episcopal, escrever para Roma, escrever ao próprio senhor bispo.
Fazer um post, mesmo que num blog pouco conhecido, a dizer mal de uma bispo é uma falta maior do que qualquer coisa que o senhor bispo possa ter dito.
Acima de tudo está a unidade da Igreja. A correcção fraterna, especialmente a um bispo, deve ser discreta, não deve ser um ataque, mas uma ajuda.
Se n concordam e querem escrever um post sobre o assunto, escrevam sobre a doutrina que a Igreja defende, sem referir o senhor bispo.
Digam-me só, que utilidade tem este post na maneira como está escrito? Qual é o bem? Nenhum.
Deviam apagar o post.
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